.comment-link {margin-left:.6em;}

Novas aventuras em mim (menor)

Aventuras em mim (menor)? Escrever é aventura, é incógnita. Viagem de dedos por sonhos, desejos, fantasias, pequenas e grandes coisas sobre mim e o mundo à minha volta. Desejo de partilha, também. De sentimentos, emoções, momentos, vivências, silêncios até. Quanto ao “menor”, é uma brincadeira, um pequeno trocadilho com a nota musical Mi menor. É, também, uma medida da minha humildade, da consciência brutal das minhas limitações como escriba.

17 agosto 2006

Um gesto simples

“Bolas, ele já veio de férias para nos chagar o juízo com o idiota e inútil blog dele – e, como se não bastasse já o sacrifício, ainda nos arca com complexos de culpa aos ombros com petições sobre o ratinho da Índia que a prima de uma amiga da minha tia tem lá em casa!”. Aposto que é isto que deveis estar a pensar neste preciso momento... Tendes toda a razão! É verdade, voltei de umas curtas férias no Baleal e ainda ides ter que me aturar por mais duas semanas... A vida é cruel, eh!eh!eh!...

Tão cruel que existe um site na Net (The petition site: http://www.thepetitionsite.com/) onde qualquer um de nós pode lançar um líbelo contra o que lhe pareça uma injustiça da Humanidade para consigo própria ou para com o planeta que habita. Talvez seja uma moda, talvez seja uma fuga ao tédio em que estão a mergulhar as nossas sociedades ociosas e anafadas, talvez seja a visão cega de que progresso e vida digna são imcompatíveis, talvez seja apenas ódio de estimação por este ou aquele país ou indivíduo. Todavia, depois de aceder à página de abertura (www.thepetitionsite.com/takeaction) e contabilizar mais de 3000 petições activas (fora o “link” View all petitions, página tão pesada que nem sequer se dignou aparecer...), acho que algo vai muito mal neste reino do Homo sapiens e que, mais do que complexos de culpa (afinal, nós pouco ou nada decidimos sobre o andar desta carruagem planetária), o que realmente move tanta gente anónima é uma genuína, desinteressada e altruísta preocupação, um infinito amor por este nosso mundo e pela lição que querem(os) dar às crianças que serão os adultos de amanhã, herdeiros de quase 4000 milhões de anos de evolução. A cidadania activa, mais do defender este ou aquele direito, é um acto de resistência ao comodismo, aos interesses instalados, à nossa própria indiferença perante o que se passa à nossa volta. Basicamente, é uma defesa da vida, de toda a vida, contra quem não tem quaisquer pudores em espezinhá-la. Nesse sentido, acho eu, é também uma condição indispensável à sobrevivência da nossa espécie.

Claro que, se fosse pôr-me a esmiuçar os tais 3000 e tal gritos de dor, não faria outra coisa para o resto dos meus anos – e, verdade seja dita, aqui está um projecto de vida mais útil e interessante do que a existência patética que muitos de nós levamos, chutados de casa para o trabalho e recambiados ao fim do dia entre infindáveis buzinadelas e impropérios. Por isso, confesso: a petição de hoje chegou-me por “mail” – obrigado, Suzana! - e diz respeito à defesa de um fóssil vivo, lá pela terra dos cangurus... (http://www.thepetitionsite.com/takeaction/610807318?ltl=1155801311). Vamos lá fazer limpeza Tide às nossas consciências... E, já agora e para quem, como eu, for um apaixonado destas teias de Darwin, aqui fica um site excelente (http://www.rationalrevolution.net/articles/understanding_evolution.htm).

Photobucket - Video and Image Hosting

Fiquem bem. Vemo-nos por aí...

04 agosto 2006

Caminhos e andarilhos...

Férias!...

Tempo de liberdade, saboroso regresso às aventuras e medos da infância, como se mergulhássemos de cabeça num livro aos quadradinhos, onde tudo é possível...

Photobucket - Video and Image Hosting

Há muito que me roubaram – não sei quem! – esse livro da minha biblioteca. Prisioneiro de mim, refém de um corpo que já quase não me obedece, tento livrar-me da ânsia, do desejo de percorrer estes caminhos banhados pelo Sol da madrugada. Não consigo! É demasiado forte o apelo da terra, do vento nos cabelos, do suor a pingar-me para os olhos, das aves que se me cruzam no caminho, das árvores frondosas a derramarem-se em sombras sobre os passos cansados, do mosaico colorido das culturas e aromas, dos bosques prenhes de mistério e sedução. Uma outra forma de cantar a maresia, as ondas que me desfalecem aos pés e os enterram na areia húmida, crianças construtoras de castelos e sonhos, o Sol a vestir o pijama, as gaivotas e os veleiros cruzando-se no horizonte...

Os meus voos, aqueles que as minhas asas me permitem, são mais modestos. A fria A8 à porta de casa e que me despeja, de sopetão, numa casota de madeira entre pinheiros, no Baleal. O cenário parece paradisíaco... Até podia ser, não fosse esse ninho um entre dezenas e dezenas, num labirinto de ruas sem nome nem norte do qual a natureza quase foi obrigada a fugir a sete pés. Restam, como disse, pinheiros esparsos a entremear o encanto das casitas e das vidas que lhes dão vida. Por sorte, o meu alpendre debruça-se sobre floresta virgem, um pedaço de terra que os donos resolveram deixar em revigorante pousio a inflamar-me a imaginação. É por isso que, entre livros e revistas, o portátil verá as férias adiadas!

Ah!, é verdade: espero que este pequeno texto seja uma barrela naquelas almas menos propícias aos encantos do futebol...

Boas férias! Fiquem bem. Vemo-nos por aí...