.comment-link {margin-left:.6em;}

Novas aventuras em mim (menor)

Aventuras em mim (menor)? Escrever é aventura, é incógnita. Viagem de dedos por sonhos, desejos, fantasias, pequenas e grandes coisas sobre mim e o mundo à minha volta. Desejo de partilha, também. De sentimentos, emoções, momentos, vivências, silêncios até. Quanto ao “menor”, é uma brincadeira, um pequeno trocadilho com a nota musical Mi menor. É, também, uma medida da minha humildade, da consciência brutal das minhas limitações como escriba.

28 abril 2006

Reconstruir para amar!

Não foi no Titanic! Nem o ocaso banhava de fogo o oceano.

Pelo contrário, já a manhã ia alta! Um Sol vivaz, naquele céu muito azul a fazer lembrar mediterrânicas paragens, derramava-se sobre a cidade, estilhaçando-se em mil reflexos. O calor exauria-me, a humidade colava-me a roupa ao corpo, a azáfama trepidante de vidas a cumprirem-se diluia-se-me nos ouvidos, a máquina pendurada arranhava-me o pescoço, os pés doiam-me de tanta rua palmilhada, a fome começava a apertar!

E, contudo, uma inesperada brisa desalinhando-me cabelos e fraldas de camisa, tive ganas de gritar, tal como o Leonardo DiCaprio: “I’m the king of the world”. Ali, do topo do mundo. Ali, do terraço da Torre 2 do World Trade Center. Ali, donde Nova York se entregava aos meus olhos, a perder de vista, luminosa e meiga, o Hudson a acentuar-lhe as curvas sensuais de “femme fatale”, a estátua ali mesmo à mão de semear de uma curta viagem de “ferry” - na lembrança de que esta é (ou devia ser...) uma terra de homens livres -, o mar verde do Central Park a convidar a um mergulho pelos céus entre arquitecturas outras.

Photobucket - Video and Image Hosting

Nesse instante, se não o estava já, apaixonei-me perdida e irremediavelmente pela grande maçã! Nova York sem as Twin Towers não é a minha Nova York! Por isso, quando o Zé me enviou esta petição (http://www.twintowersalliance.com/) para dar vida à Fenix que teima em acordar, assinei de cruz. Reconstruir para amar, eis um possível “slogan”. Amor, acima de tudo, pelos que morreram entre ferros retorcidos. Amor, também, aos que ficaram e habitam Nova York com as suas gargalhadas e as suas lágrimas. E amor, pois claro!, à cidade de Woody Allen, tomando Mariel Hemingway nos braços numa onírica dança sob a ponte de Brooklin, ao som de Gershwin!

Que saudades, meu Deus!

Espero que me desculpem, mas este texto é dedicado à Vera. Ela e eu sabemos porquê...

Fiquem bem. Vemo-nos por ai...