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Novas aventuras em mim (menor)

Aventuras em mim (menor)? Escrever é aventura, é incógnita. Viagem de dedos por sonhos, desejos, fantasias, pequenas e grandes coisas sobre mim e o mundo à minha volta. Desejo de partilha, também. De sentimentos, emoções, momentos, vivências, silêncios até. Quanto ao “menor”, é uma brincadeira, um pequeno trocadilho com a nota musical Mi menor. É, também, uma medida da minha humildade, da consciência brutal das minhas limitações como escriba.

06 julho 2005

O meu balde

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Na minha banheira, tenho um balde. E não é uma metáfora, é mesmo um desses vulgares baldes de plástico da loja dos trezentos. E não, não tenho um patinho de borracha nem estou lélé da cuca!

Trata-se, na verdade, de um acto da mais elementar cidadania. Uma ode de amor aos outros - os que me rodeiam e os vindouros. Não apenas do meu pequeno canto, mas do Mundo. Onde a água mata - e matará! Onde os caprichos do clima alagam terras e semeiam desertos. Onde a água existe avassaladoramente - e onde cada gota é uma petita de ouro. Onde as guerras futuras não serão por petróleo - mas sim por esse precioso líquido.

Que urge começar a poupar. E é aqui que eu e o meu balde entramos em cena. No banho. Não que ele precise de grandes lavagens. Eu é que sou o porco deste dueto. Eu é que gasto água. O meu balde ajuda a poupá-la.

A torneira abre-se. Mudo para o chuveiro. Enquanto a água quente não vem, deixo-a cair no balde. Isto nos meses mais frios. No Verão, uso as primeiras saraivadas para molhar a parte de baixo do corpo. Quando fica tépida, passo ao tronco. E vou subindo, até que o fio quente me escorre pela cara, lavando a noite. Esta água é depois usada na sanita ou na rega das plantas da escada.

Claro que não foi fácil. Os maus hábitos custam a perder. Tive que aprender a domesticar gestos, a esconjurar lapsos. A tomar como parte de mim a sede do Outro. E não apenas no duche. No saudável hábito de usar o copo dos dentes. A não abrir a torneira à bruta para lavar as mãos. A enxaguar várias peças de louça com a mesma água, passando-a de umas para outras, antes da lavagem. A premir suavemente o autoclismo quando é para me desfazer de água de azeitonas - acreditem, basta um pequeno toque para não ficar nem vestígio...

Um futuro possível depende de nós, do nosso querer, da nossa incomodidade perante o sofrimento dos que bebem de uma miragem.

Poupem água. Mas com entusiasmo, sem aquele enfado de "tias" platinadas.

Fiquem bem. Vemo-nos por aí...

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Tiro o meu chapéu. E, nesse mesmo acto, revelo a minha careca: eu não uso balde na minha I.S.. Ainda. Mas, caro JV, recebo humildemente a tua lição e faço uma nota mental: "comprar balde". Obrigado!
Nota- I.S., para Instalação Sanitária, anda a começar a substituir WC aqui e ali. Parece-me bem.

domingo, 10 julho, 2005  

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