Fuga...
Esta fotografia chegou-me por mail e com instruções de uso. Um artista, entediado da vida, arregaçou as mangas e meteu-se a pintar a sua casa de banho. Desconheço as razões de tal escolha. Do ponto de vista estético, é perfeitamente legítimo e original. Ontologicamente, também. O artista é livre de escolher o suporte do seu labor.
No referido mail, sugeria-se que contratássemos esse pintor para decorar o WC lá de casa. Finda a obra, dáva-se uma festa, bebidas à discrição. A piada era quando fôssemos espreitar o DVD da câmara escondida e juntássemos mais uns gritinhos de terror à nossa colecção...
Discordo! Estou numa de egoísmo. Se fosse em minha casa, seria o meu cantinho privado e secreto, fechado a setenta vezes sete chaves. Um jardim das delícias onde recolheria após um enfadonho e estúpido dia de trabalho a meter dados no PC e a fazer cálculos idiotas de quantos bacalhaus restam ao nosso instinto predatório - e logo eu, que Matemática não posso nem vê-la. Bem vistas as coisas, uns minutos de fuga por dia nunca fizeram mal a ninguém!
Fiquem bem. Vemo-nos por ai...
2 Comments:
Entrar nessa casa de banho podia ser uma forma de chegar a Deus. ;o)Outra podia ser através da Matemática (essa mesma, que tanto odeias). Ouvi dizer que Ele anda por vezes Lá, Onde as Rectas Paralelas se Encontram. Então, é só encontrar duas delas que sejam um pouquinho inclinadas e saltar-lhes para as costas!
pois é amigo acertaste em cheio, a fuga dizes tu? eu chamaria-lhe o retiro, não, melhor ainda aquele retiro, que nos faz por momentos acreditar noutra realidade, longe da matemática, do bacalhau e de tantas outras realidades que o mundo nos obriga a viver e a reviver vezes sem conta um abraço meu ganda maluco
Pedro Juliano
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