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Novas aventuras em mim (menor)

Aventuras em mim (menor)? Escrever é aventura, é incógnita. Viagem de dedos por sonhos, desejos, fantasias, pequenas e grandes coisas sobre mim e o mundo à minha volta. Desejo de partilha, também. De sentimentos, emoções, momentos, vivências, silêncios até. Quanto ao “menor”, é uma brincadeira, um pequeno trocadilho com a nota musical Mi menor. É, também, uma medida da minha humildade, da consciência brutal das minhas limitações como escriba.

02 julho 2006

Ricardo, Coração de Leão

Há dias, em conversa com um amigo no Messenger, lancei uma atoarda: que a final do Mundial seria disputada entre Portugal e a Alemanha. Homem de pouca fé, talvez para me proteger dos desgostos, acompanhei o texto de um bonequinho a gargalhar e arrematava com a sentença habitual: sonhar não faz mal. Isto ainda antes das laranjas e dos bifes. Hoje, depois de ver a raiva de vencer da Selecção Nacional e a majestade de Ricardo, dono e senhor das redes portuguesas, já não digo nada. Ele é o novo herói nacional. Não daqueles que vêm numa manhã de nevoeiro salvar a Pátria. Ele é mais modesto, logo mais verdadeiro, mais humano, um de nós. A sua estirpe é a dos que amam o trabalho e o esforço. E que, por isso, ousam voar perto do Sol sem queimar as asas. Porque conhecem o seu valor e os seus limites.

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Eusébio disse-lhe: “Não te mexas!”. E Ricardo ficou hirto, sem passitos de dança à Nureyev, de olhos fixos lá à frente, na bola e nos pés que haveriam de a rematar. A baliza ganhou outro poste, quase intransponível. E defendeu, com uma frieza de cortar a respiração. Defendeu, não um, não dois, mas três “penaltys”! Feito único na história dos Mundiais – e com a promessa pessoal de o repetir, quando for preciso. E em verdade vos digo: não me admirava nada!

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Eu sei, eu sei… É a produtividade, o défice (de todos os tipos e feitios), o desafio da globalização, as mentes alienadas pelo pontapé na bola, a saúde, a educação, o combate à pobreza, a fome no Mundo, as bombas israelitas a cairem sobre a faixa de Gaza, os 72 mortos e 114 feridos num mercado de Bagdade no dia da nossa festa – e mais mil duzentas e cinquenta e quatro desgraças avulsas. Eu sei disto tudo e só peço um dia de descanso! Para me afundar na ilusão de uma felicidade que não me pertence – ela é, toda, dos guerreiros que estiveram no relvado de Gelsenkirchen. Foram eles que labutaram para a conseguir. Por agora, apenas quero saborear o momento. O Ricardo a dar o corpo à bola, a festa nas bancadas e por esse Portugal fora, o desportivismo dos povos, o fantástico golo de Ronaldinho (sim!, que o puto merece este carinho…), um abraço a Robinson…

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Amanhã e nos outros dias do ano lá voltaremos à nossa apagada e vil tristeza, aos nossos queixumes “a la carte”, à nossa atávica modorra. Quem pragueja contra o futebol, amanhã que trabalhe o triplo do que é habitual. É assim que se combatem os tais défices e outras pandemias do espírito. Hoje, deixem-me berrar a plenos pulmões, bater tampas à janela, embrulhar-me na bandeira e sair para a rua enlouquecida, abraçar-me a gente embriagada de alegria. Estou tão bem disposto que até vou deixar passar em branco as canídeas bandeiras…

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Deixem-me, apenas!

Fiquem bem. Vemo-nos por aí…

4 Comments:

Anonymous Anónimo said...

as fotos estão lindonas! ... grande ricardo!!!!

domingo, 02 julho, 2006  
Anonymous Anónimo said...

...e bota alienação nisso...Mas pronto, está bem, também estou contente...mas francamente tanta loucura por causa duma bola faz-me um pouco de impressão. Não vale a pena embrulhares-te na bandeira , mesmo que por causa de um mundial de futebol. ...Meu Deus são estas as causas por que se vibra tanto neste nosso tempo sem medida....
Bj

segunda-feira, 03 julho, 2006  
Anonymous Anónimo said...

No tempo em que não havia "media" (lê-se média, não mídia...), as desgraças aconteciam igualmente em todo o mundo, mas nós não as sabíamos. Tínhamos as nossas caseiras, que já não eram poucas, às vezes. Agora, quase somos obrigados a ficar a saber que uma velhinha no Usbequistão tropeçou numa pedra e partiu o único dente que lhe restava... É de mais. Eu acho que não é natural, é... contra-natura, quase! E é tão bom, por exemplo, quando vamos de fora, alhearmo-nos das notícias... Sabe que nem ginjas...
O gozo que as vitórias no Mundial nos transmitem é também um contributo para afastar, nem que seja por umas semanas, a feadade com que os ditos media pintam o nosso mundo dia a dia. Sabe bem e não faz mal a ninguém, pois não? Se é pecado, não sei, mas também não me interessa!
Ric

segunda-feira, 03 julho, 2006  
Anonymous Anónimo said...

Greets to the webmaster of this wonderful site! Keep up the good work. Thanks.
»

sábado, 22 julho, 2006  

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