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Novas aventuras em mim (menor)

Aventuras em mim (menor)? Escrever é aventura, é incógnita. Viagem de dedos por sonhos, desejos, fantasias, pequenas e grandes coisas sobre mim e o mundo à minha volta. Desejo de partilha, também. De sentimentos, emoções, momentos, vivências, silêncios até. Quanto ao “menor”, é uma brincadeira, um pequeno trocadilho com a nota musical Mi menor. É, também, uma medida da minha humildade, da consciência brutal das minhas limitações como escriba.

25 outubro 2005

O FILME DO DIA - Júlio César

Júlio César/Julius Caesar (EUA, 1953, pb, 120m, *****, RTP Memória, 22h00) de Joseph L. Mankiewicz com James Mason, Marlon Brando, John Gieguld, Louis Callhern, Deborah Kerr.
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Talvez a mais feliz das adaptações de Shakespeare ao Cinema, pela mão de um cineasta que tinha justamente a palavra como essência do seu labor. Filme onde a fome de poder e a consciência moral se digladiam sem vitória possível, onde o não dito é quase tão ensurdecedor como o dito, onde um simples olhar se revela um veneno mortal, no sublime preto e branco em tons de cinzento da fotografia de Joseph Ruttenberg, espelho das sombras e fantasmas que cada personagem carrega aos ombros. E. claro!, um Marlon Brando de estarrecer, nesse Marco António que pega em César ao colo depois de assassinado por Brutus (James Mason), desce a escadaria do Senado e o deposita aos pés do povo, desejoso de atirar o cadáver aos cães. Marco António junta-se-lhes no coro e começa o espectáculo: um discurso que parte da negação de César enquanto homem e imperador para chegar à sua glorificação enquanto salvador de Roma e deus. Por esta altura, já os cidadãos se desfazem em lágrimas e clamam a reparação da injustiça: querem Marco António no trono. Dez minutos de ficar com os cabelos em pé, só de ver o duelo de Brando com a câmara de Mankiewicz. Se não soubesse que era cinema e que naquele tempo não havia máquinas de filmar, ia jurar que se trataria de algum comício em directo do Senatorium. Ou não transpirasse "Júlio César" política por todos os poros, nesses anos 50 do Senador McCarthy e da sua caça às bruxas!
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Fiquem bem. Vemo-nos por ai...

1 Comments:

Blogger João Caldeira Heitor said...

Acabei por passar no canal memória esta noite e relembrar por poucos instantes as imagens a preto e branco de filmes marcantes da 7ª arte. Valeu a pena a referência.
Abraço

quarta-feira, 26 outubro, 2005  

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