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Novas aventuras em mim (menor)

Aventuras em mim (menor)? Escrever é aventura, é incógnita. Viagem de dedos por sonhos, desejos, fantasias, pequenas e grandes coisas sobre mim e o mundo à minha volta. Desejo de partilha, também. De sentimentos, emoções, momentos, vivências, silêncios até. Quanto ao “menor”, é uma brincadeira, um pequeno trocadilho com a nota musical Mi menor. É, também, uma medida da minha humildade, da consciência brutal das minhas limitações como escriba.

27 janeiro 2006

Viva Mozart!


Foi há 250 anos. Em 27 de Janeiro de 1756, bem no coração da Áustria imperial, a cidade de Salzburgo adormeceu embalada pelo choro de um menino. Talvez um choro melodioso, talvez traquinas, talvez impaciente. Ninguém sabe, porque desse momento não rezam as estórias. Teve o devir estampado nos registos paroquiais: Joannes Chrysostomus Wolfgangus Theophilus Mozart (1), o bem-amado de Deus. O amor de Deus latinizou-se, a boca dourada foi um erro de cálculo (o ouvido, esse sim...) e hoje todos o conhecemos como Wolfgang Amadeus Mozart!
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O puto cresceu e aos três anos dedilhava terceiras no piano, aos quatro aprendia minuetes em meia-hora, aos cinco debutava na composição, aos seis deslumbrava a corte do imperador Francisco José (não, não é o da Sissi...), aos sete fazia uma birra até às lágrimas porque queria acompanhar ao violino um dos grandes mestres da época, aos onze compunha a sua primeira ópera ("Bastien und Bastienne") e aos doze punha em transe metade da Europa! O resto é o que sabe: “Don Giovanni”, "Cosi fan tute", "As bodas de Fígaro", "O rapto do serralho", "A flauta mágica", um Réquiem inacabado pelo último suspiro e uma constelação de sinfonias, valsas, quartetos, concertos para piano, missas e outras composições sobre as quais, burro e ignorante, não me atrevo a escrever uma linha que seja. Ultrapassa-me a alegria, a vivacidade, a leveza, a elegância, a profunda espiritualidade e sentimento do humano que se desprende da sua música... Alguém disse que Mozart veio a este mundo para provar a existência de Deus! Quem sou eu, ateu confesso e sem remissão, para o desmentir?...

Wolferl (2) nasceu 87 dias depois do terramoto que arrasou Lisboa. Terá sido uma forma de Deus pedir perdão aos homens?...

Corram para as aparelhagens e deslumbrem-se. Vemo-nos por aí...

(1) – “Chrysostomus” significa “boca dourada” e “Theophilus” é a palavra grega para “amor a Deus” ou “amar a Deus”.

(2) – Diminutivo com que a família o tratava, para rimar com o da irmã Anne Marie (Nannerl), também uma sobredotada para a música.

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Meu querido e eterno cunhadito....vês como não te é nada difícil acrescentares mais umas belas palavras no teu blog? Tu sim, hoje és o grande e verdadeiro artista.

Beijocas Vera

sexta-feira, 27 janeiro, 2006  
Anonymous Anónimo said...

Parabéns Jorge.
Uns nascem para a música, outros para o teatro, outros, para....
outros para a escrita.
Também tu, "puto", tens alguma segurança e brincas bem com as letras, bem o outro o "puto" Mozart, com as notas.
Olha fiquei bem ao lêr o teu pedaço de Mozart e agora vou continuar a escutar Zu Hife! Zu Hife! Grande Jorge V.
João Paulo um abraço para ti.

sexta-feira, 27 janeiro, 2006  

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